Debaixo do tapete
Por que somos tão cúmplices das coisas mais absurdas? Somos tão frágeis, tão ridículos que achamos tão desnecessários carinho e humor ao mesmo tempo. “Caçador de mim,” rebuscando explicação em vez menosprezar os conceitos preconceituosos ao meu ou ao nosso respeito.
Hoje, como talvez, amanha, será um dia em que duvidaremos da solidão ao mesmo tempo em que, brigaremos por ela existir. Se estivermos sozinhos, reclamamos; se estivermos grudados, sentimos uma esquisita invasão de privacidade. Vai entender a nossa cabeça!!! Mas pra ser sincero, acho que nunca nos conformamos com aquilo que pensamos que nos conforta. Vejo-nos como a porta entreaberta. A penumbra da meia luz, o charme estéril do “ser diferente”...
Assim como o amor, o silêncio é impermeável. Puros, singelos e fortes. Ambos se explicam sem uma palavra apenas. Ambos com poder discricionário. O amor é o seguro da convicção, o silêncio a convicção de estar seguro. O amor exprime; o silêncio comprime. Não me permitiria amar sem que me permitisse ouvir o silêncio da verdade que há no amor. Em tempo, não se silencia porque quer, mas se ama em silêncio, se quer alguém em silêncio, como quero agora!!!
O risco da cumplicidade gera o ônus da liberdade. Livre para pensar, sonhar, errar, sorver, alimentar, sem nunca incorrer na burrice de exigir. Quando se exige, nos demonstramos inseguros. Somos completos!!!! Então pra quê ficar pedindo o que não nos podem dar completamente? A nossa natureza é falha. Nossa compleição ilude olhares e formulam conceitos distantes da forma como Deus nos vê. Afinal Deus não nos vê como vemos o outro. Deus sonda os corações, porque é de lá que nascem as intenções da vida!
Ninguém se atreve a perguntar como vai a minha vida porque as pessoas mal sabem como vão a sua. Eu me sinto ausente das sobriedades sobrepostas. Gosto das minhas tolices, dos segredos dos meus segredos, gosto daqueles segredos que algumas poucas pessoas sabem, gosto de imaginar um segredo sendo confessado, mas que, talvez, nunca será dito. Tenho medo. O medo é aliado quando queremos nos poupar de sentir dores. Mas vale um segredo de um amor guardado do que a desilusão da confissão do não vivido.
Regando sonhos possíveis, no entanto, imagináveis. Encontrar motivos para lutar diariamente, pacientemente, sem desistir. Não ter medo do NÃO, ignorando o grito silencioso dos incrédulos, dos maus juízes de caráter. Acreditar na coragem de tentar. Tentar mesmo pecando pelo excesso do que pela omissão. Amar completamente se conseguires o que tanto desejou o coração.
Debaixo do tapete das palavras, um segredo silenciosamente guardado.
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