Um amor a entregar...

















Tenho um amor dentro de mim renascido, reinventado, restaurado. Um amor distante dos contos de fadas, das novelas, dos filmes de comédia romântica. Apenas um amor real que, com seus defeitos sobrevive e com suas vicissitudes, se supera.

Tenho um amor dentro de mim sutilmente profundo. Um amor inimputável pelo erro do passado, mas sem nada a importar-se ou temer, pela liberdade que vive no presente. Um amor que vem sofrendo numa longa caminhada de espera. Reparos que somente o tempo é capaz de moldar com seus truques de dor e de esperança.

Tenho um amor dentro de mim vivo, mas adormecido. Não guarda lágrimas para derramar num desprezo, nem  permite se enganar mais com aquilo que meus olhos tentam convencê-lo. Um amor que não procura porque acredita que, de tão perfeito, desejará ser encontrado.

Tenho um amor dentro de mim capaz de parar no tempo. Não imagina o fascínio do melhor instante para não retocá-lo. É melhor deixá-lo acontecer do que programá-lo. O inesperado encanta mais do que o ensaiado. Um amor de vaidades bobas, como pretender um olhar de cumplicidade e, cheios de coisinhas próprias do amor em suas fantasias.

Tenho um amor dentro de mim sempre fora de época. Faz das flores sua expressão mais singela, como também do bilhete qualquer, a melhor declaração. Tem a cor e suavidade do melhor vinho, o sabor do mais delicioso sorvete a dois. Um amor que não cabe num jantar apaixonado, nem se compara a uma viagem de lua de mel inesquecível.

Tenho um amor dentro de mim como uma marcante canção. É uma música mais completa do que “Detalhes”, mais pulsante do que “amor perfeito”,  mais infinita do que “Eu sei que vou te amar”. Um amor que, se desafina, é porque precisa de outro amor para afinar. Necessita, precisa e ainda assim não reclama.

Tenho um amor dentro de mim lapidado. Não busca nada do seu interesse, para só assim poder ser completado. Não se envaidece porque a razão de existir é quem está do outro lado. Suporta porque crer. Acredita porque espera. Espera porque lançou fora todo medo. Um amor sem medo porque encontrará um outro amor para amar.

Tenho um amor dentro de mim. Pronto. Absoluto. Único. Onde sua loucura é querer doar-se. Um amor que vive na fronteira entre a felicidade e o deserto. A solidão é companhia passageira porque haverá aquela que vem vindo, domando instintos, tomando posse do amor que mudou minha vida que tanto precisava mudar.

Comentários

Postar um comentário

seu comentário será previamente analisado. Obrigado!

Postagens mais visitadas deste blog

O que é o Encontro de Jovens com Cristo?

Eu te amo.