No pensamento...

Só me resta imaginar um lugar distante, um mundo distante, um momento de nós dois. Essa coisa perfeita dos primeiros olhares, do sorriso indefeso, mas receoso, essa coisa minha da busca implacável sem conseguir provocar uma ternura de gestos capaz de arrancar um quê de loucura. Na falta do abraço, na ausência dos motivos a presença da vontade.

Só me restam as incertezas das decisões tomadas por puro medo de arriscar-se de comprometer-se. As cumplicidades de minhas próprias tolices. A ilusão fria e sem sentido de que o imaginável é por si só possível. O espaço sem lugar comum pra nós dois.

Apenas a doce rebeldia do meu querer a qualquer custo. Ou sem custo nenhum porque não terá o que custar. Sobra minha incapacidade de convencer o que já está convicto. De absorver a cruel negação do que sinto. Sobra a incoerência da perda sem ter o que perder, da saudade inexplicável do que eu nunca tive.

Sobraram as cartas que precisariam ser escritas, os bilhetes. Um jantar à mesa com um lugar vazio. As histórias nunca contadas, os momentos nunca divididos, as confissões nunca confessadas...Apenas os desejos, o tempo chamado hoje que, nunca se transformará no nosso amanhã.

E porque me culpo, aceito os  motivos. São latentes as circunstancias, mas não negadas. Não condiciono meu querer nos defeitos que ainda não foram sobrepostos. É como gostar até um limite, amar até um limite, ir até um limite, para que depois, de repente, não sofra. O meu limite é um lugar onde o infinito é a única coisa que cabe.

Resta meu pensamento. O lugar onde te vejo abrir mão do não. No meu pensamento tenho teu sorriso à hora que quero, tenho teu abraço, tenho você como posso ter o ar que eu respiro. Aqui te faço soberana de um sentimento que existe, tão forte embora imperfeito, mas que está preso e vive às duras penas, sem admitir, em meu pensamento.

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