Um coração faminto


O suor da intensidade da pele, do calor que se acende pela presença das mãos pequenas e tão perfeitas quando me tateiam. O olhar sem palavras e todas as palavras não ditas quando o beijo silencia a dúvida. O medo vai embora, sem precisar reinventar a estória triste vivida numa página de vida que passou. O sentimento cresce, grita, pulsa, sua, busca e ainda assim, nada em você ele provocou. A fome ri com a solidão, ao mesmo tempo em que a ansiedade aprende a ter paciência com a espera. A fome de você... Desejo solto e preso na ingenuidade dos meus dias jogados à suas vontades. Meio sem vontade!


Essa deselegância da inquietude prende a voz, cala a atitude, espanta a presciência de que tudo ainda pode vir a ser de tal maneira como a sede quer. Essa sede saciada por algumas vezes com um “oi”, um “bom dia”, meramente superficial, sem notar que na superficialidade das palavras eu ainda encontro motivos para as profundas liberdades e verdades que te levarão a refletir... Afinal o que ainda não foi vivido, você jamais poderá reinventá-lo. Vem! Se deixe sem saída, e entre na minha vida como alguém desmerecida, como alguém sem pretensão alguma, entre na minha vida sem excessos de cuidados, venha despojada de vícios, costumes e manias, entre na minha vida na mais perfeita hora, entre na minha vida como quem vai entrar numa loja sem demora, mas se encanta e quer ficar ali para sempre.


Aqui em mim estão os espaços que poderão ser teus. Uma “sala de formalidades” dos primeiros dias, primeiros encontros, para que você dê seus primeiros passos, observar se está aconchegante, para se sentir confortável nessa nova casa de carinho, e ao sentar-se tão quieta, tão apreensiva, você vai se descobrindo e se entregando a ponto de sentir uma curiosa sede e, invadir a “cozinha dos segredos”, dos tempos passados, coisas vividas que, estão na lixeira do esquecimento... Mas que você vasculha pra ver se há algo inseguro em mim. Em meio ao “corredor das horas” os dias passam um bom filme na antessala, um carinho, um beijo, uma serenidade toma conta ao ver que pode repousar segura no “quarto do meu coração faminto”, onde você vai adormecer sem medo e ver que um rio de sentimento puro e tão intenso corre ali por você. Um caudaloso rio de águas límpidas de tanta saudade se longe você ficar.


É nessa vida, de uma só vida, um só coração, uma só liberdade que, busco viver. A escolhida...? Ela vagueia no meu querer, no íntimo de mim, e ela sabe que tê-la aqui tão perto é imaginável, mas nem por isso impossível.


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