Silencioso Desiderato
No dia-dia, em meio ao extremo das horas, as coisas passam em sua volta e muita das vezes, aquele nosso “eu” supremo, aquele lado meio impostor que reside dentro de nós, nos deixa impávido num mundinho fechado que, só vemos o que está à luz do nosso interesse. Ignoramos, reprimimos e até mesmo rejeitamos sentimentos que estão ali, ao alcance dos olhos, ao acalanto das mãos e do olhar... De um simples olhar. Essas aspirações são frutos de uma desentranhada atitude do imaginável. O imaginável saber do sabor de pensar e, de repente, acontecer. Mas como em meio a uma situação inesperada, um lugar inesperado, um inoportuno instante carregado da mais absurda impaciência... A palavra lançada cuidadosamente, a gentileza servida como se esperasse o prato favorito, a delicadeza meio indelicada, a sutileza do minuto aproveitado, do minuto conquistado e a muito esperado. Descobri que, vale à pena ainda correr o risco do ridículo, e pedir pra ter a sorte de não ser patético. Mas nada importa quando...