A infância mudou ou fomos nós que mudamos?




O recordar da minha infância me traz lembranças tão boas que, daria tudo para reportar-me ou até mesmo prender-me naquele tempo que, infelizmente não voltará mais. Ah que saudade daquela época! Onde não se via uma mácula, não percebia a frieza do mundo e nem sua extrema crueldade para com os semelhantes. Mas somos semelhantes a quê? Se nosso comportamento, às vezes, reflete uma disposição bem pior de que dos irracionais. Somos maus, necessitamos de mais amor, mais tato, mais sentimentos simples e desinteressados, mais proximidade a fim de que nossa sensibilidade se apure se purifique.


Certamente não estou sozinho quando o assunto é a velha infância que já se foi, está perdida no passado, sozinha... Mas ao mesmo tempo tão guardada na memória daqueles que aproveitaram o melhor momento da vida, da forma mais simples e nominal possível: Brincando! A infância, que vem do latim in-fans, aquele que não fala, que está destituído da linguagem madura, cai bem a nomenclatura, se vermos as atitudes e tolices tão boas que, causavam alegria e sorrisos soltos de nossos pais... As fotografias que os diga! É isso mesmo foto. Na minha infância não tinha filmadora, celulares mágicos pra registrar meus momentos. Se você perceber a maioria de suas fotos reveladas, elas devem ter mais de 15 anos... Afinal essa era digital fez sofrer “os estúdios foto sombra” com a carência daqueles negativos surpreendentes... Eu ficava encucado com aquela “tecnologia” da época.

Quem não se lembra daquelas brincadeiras da infância? Esconde-esconde, pega ladrão, rouba bandeira, ciranda cirandinha, cai no poço, cancão(amarelinha pra outros), 31 alerta, paralisa, stop. Meu Deus tantas outras brincadeiras, tão importantes para o meu aprendizado, tão saudáveis, como tomar banho de chuva na porta de casa, e hoje não dá, dizem que pega resfriado. Eu nunca peguei! A infância do meu tempo era movida pelos colegas da rua onde eu morava, a infância do meu tempo, se passou subindo num pé de mangueira, pé de goiaba, quando eu ficava pendurado de cabeça pra baixo e minha mãe (vó) dizia que o sangue ia pra cabeça e eu ia morrer!!! A infância do meu tempo era jogar bola no quintal de casa ou na rua de travinho, e quando não tinha todos meus colegas, a gente jogava “rebati”, é quando tem um goleiro que ficava tentando agarrar a bola enquanto tinha dois na linha tentando fazer o gol e outro ficava no desafiado. A infância do meu tempo chamava as meninas pra brincar de médico, tirando as meninas de suas barbies faces, quando elas começavam a deixar de lado aquela bonequinha “two play two plin, bolinha de sabão”, ou simplesmente deixando pra depois sua boneca moranguinho.

Quantos brinquedos inesquecíveis e de tão inesquecíveis eu nunca esqueci que muitos deles nunca pude ter. As meninas sonhavam em ter a coleção da Barbie, enquanto sonhávamos com a coleção do playmobil. Os meninos eram fascinados pelos autoramas e motoramas, sem falar na única marca de vídeo game que tinha: Atari. As meninas se deliciavam com um brilho labial moranguinho, afinal elas sempre queriam parecer mais velhas. Mas quando o assunto era jogar, ninguém resistia a um Banco Imobiliário, War... Ai a turma toda brincava sem parar enquanto a mamãe sempre preparava aquele suco de tang. Lembram? É são recordações da minha infância, dos desenhos que passavam na “turma do balão mágico” ou no “xou da Xuxa” que iam da Penélope charmosa até os super-amigos.

Aos nossos filhos, nos resta contar um pouco do muito que foi a nossa infância. Tão rica de brincadeiras, brinquedos de todo o gênero, eita que a Estrela reinava nessa época. Infância de conversa na porta, infância de dormir cedinho, infância dos trapalhões, dos cantores preferidos que queríamos ver no Chacrinha, infância sem MSN e ORKUT, sem celular, sem essa coisa tão fria e tão virtual que assistimos hoje nessas crianças geradas por nós. Nossos filhos, são frutos da melhor infância vivida que, certamente foi a nossa infância. A infância onde a casa era também um brinquedo e nossos coleguinhas mais pareciam da nossa família. Essa saudade obstinada da infância, é só um alerta para que não deixemos que as crianças de hoje, tenham uma infância tão adulta e quando forem adultos, queiram viver como se fossem crianças.

Comentários

  1. Pôxa, cara. O texto me levou longe agora. E olha que eu sou bem mais novo. Tu esqueceu de citar a merendeira (lancheira) que a gente levava pra escola, o Kichute ou a conga nos pés, brincar de chuxo, peteca (bolinha de gude) na borroca, boca de forno, rouba bandeira, assistir aos Smurfs de manhã cedo, andar de patinete...

    Puxa vida.

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  2. Parabéns!
    Verdadeiramente vc me proporcionou uma viagem no tunel do tempo...que bom seria que só de ida mais... estou aqui e com a minha volta a frustração de vê tudo fora do lugar.
    Que Deus te abençôe

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